Três médicos com grande presença nas redes sociais passaram a ser alvo de uma notificação enviada à Meta pedindo a remoção de conteúdos com informações falsas sobre vacinas. O pedido foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) após análise técnica encaminhada pelo Ministério da Saúde, que confirmou que as publicações apresentam diagnósticos inexistentes, distorcem dados científicos e estimulam a hesitação vacinal.
Entre os conteúdos contestados estão menções à chamada “síndrome pós-Spike” — que não possui reconhecimento científico — e ofertas de cursos e supostos “kits de detox vacinal”. Segundo o documento, as postagens promovem tratamentos sem eficácia comprovada e podem colocar a população em risco ao sugerir alternativas que não substituem a imunização.
A AGU argumenta que, além de propagarem desinformação, as publicações violam regras internas das plataformas sobre conteúdos falsos relacionados à saúde. O órgão também cita entendimento recente do Supremo Tribunal Federal que responsabiliza as redes sociais quando, após serem notificadas, não tomam providências para limitar ou retirar conteúdos ilícitos.
Comercialização de tratamentos sem comprovação
A análise que embasou o pedido aponta que os responsáveis pelas publicações lucram com a venda de cursos, materiais e produtos associados às falsas alegações. Entre as práticas identificadas estão dietas detox, banhos de bórax, uso de suplementos e medicamentos como ivermectina e hidroxicloroquina — opções que não têm eficácia comprovada e podem trazer riscos à saúde.
Vacinas seguem seguras, afirmam autoridades
Órgãos como a Anvisa e a FDA reforçam que as vacinas aplicadas no Brasil continuam seguras e eficazes. A proteína Spike, citada nas publicações, é produzida pelo organismo de forma controlada e temporária justamente para ativar a resposta imunológica, prevenindo quadros graves da Covid-19.
Ações contínuas contra desinformação
A notificação faz parte de uma estratégia mais ampla de combate à desinformação em saúde. Desde 2023, o programa federal que monitora fake news já analisou mais de 100 mil conteúdos nas redes sociais, com remoções realizadas após notificações extrajudiciais. A iniciativa inclui alertas, materiais educativos e um canal para envio de conteúdos suspeitos.
Com Informações da Advocacia-Geral da União



