
Na manhã desta terça-feira, o deputado estadual Comandante Dan (Podemos) declarou que a ausência de efetivos policiais leva a uma estatística não confiável, causando a cifra negra. Nos últimos 15 dias, o parlamentar percorreu 25 municípios do interior e considera que o maior clamor das autoridades locais é a chegada de mais efetivos.
“Infelizmente, os últimos contratados ainda não foram distribuídos ao interior, onde a necessidade salta aos olhos. Há cidades com 2 policiais civis e 4 militares. Isso significa dizer que não há policiamento, nem patrulhamento de rua, por total impossibilidade. Os indicadores de violência inclusive não são fiéis, porque existe uma cifra negra muito grande. Quando você não registra a ocorrência, quando você não tem a capacidade de estatisticamente demonstrar
efetivamente qual a incidência criminal, você apresenta qualquer resultado”, declarou o deputado.
Cifra negra é um termo da criminologia que se refere aos crimes que não são denunciados às autoridades. Também é conhecida como cifra oculta. O parlamentar, que é ex-comandante da PM, considera que a questão da segurança pública precisa ser completamente revista, a partir das peças orçamentárias que passam pela aprovação dos deputados. O Comandante Dan coloca como fundamental a contratação dos concursados, inclusive do cadastro reserva, pela carência de contingente.
“No caso da Polícia Militar, nós temos uma lei vigente que estabelece que o efetivo necessário atualmente é de 15 mil policiais. Quando estive comandante-geral da Polícia Militar, de 2008 a 2011, nós passamos o comando com o efetivo de mais que 10 mil militares. Hoje, dos 8.500 policiais existentes na Polícia Militar, de acordo com uma informação que recebi, fruto de uma consulta que fiz, a PM conta com apenas 4 mil trabalhadores operacionais para poder cobrir todos os turnos de serviço nos 62 municípios do estado do
Amazonas, o que é matematicamente impossível”, finalizou Dan Câmara.
Ele se referiu ainda a questão da logística das forças de segurança no interior. Segundo ele, já há municípios sem viaturas policiais, pela ausência de contrato para o serviço. O deputado citou como exemplo o município de Careiro da Várzea, que tem duas bases de policiamento e nenhuma viatura.