O deputado estadual Comandante Dan (Podemos) repercutiu na manhã desta quinta-feira, 12, o dado publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSO), dando conta que as mortes na Amazônia Legal são 41,5% maiores que a média nacional brasileira. A Região, formada por nove estados, registrou uma queda de 6,2% nesse número, contudo continua com níveis muito superiores aos índices brasileiros. Comandante Dan defende que a solução do problema da violência da Amazônia passa obrigatoriamente pelo controle efetivo da faixa de fronteira.
“O relatório do Fórum mostra um aumento de 46% na presença de facções criminosas. E hoje elas são transnacionais. Do total de municípios da Amazônia, mais de 260 possuem a presença do crime organizado. O estudo inclusive aponta a proximidade do Brasil com a Colômbia, Bolívia e Peru, os 3 principais produtores mundiais de cocaína. Desde o início do meu mandato tenho apelado às diferentes esferas de poder, principalmente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, por uma ação massiva e ostensiva nos 13 mil quilômetros de fronteira da Amazônia, em especial no Amazonas. Repito: se não fizermos isso, estaremos enxugando gelo”, afirmou o deputado, que é policial militar da reserva e ex-integrante da primeira turma da Força Nacional.
O estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, do FBSP, foi divulgado na quarta-feira, 11, O relatório analisou o triênio de 2021 a 2023 e foi construído em parceria com o IMC (Instituto Mãe Crioula). O Amazonas aparece no estudo como o terceiro em números absolutos de mortes violentas e intencionais, com 4 mil 608 no triênio, atrás do Pará (8.644) e Maranhão (7.010.960). Contudo, considerando-se a taxa de MVIs por 100 mil habitantes, o Amazonas é o segundo da Região, ficando apenas atrás do Amapá.
“É quase que natural e presumível que o Amazonas seja o mais impactado pelo crime organizado transnacional. Um território de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, com baixa densidade populacional, extensa fronteira, a maior da Amazônia e de difícil monitoramento fatalmente é o campo mais fácil a essas práticas criminosas. Agir na fronteira é urgente e obrigatório, sob pena de termos, num futuro breve, um poder paralelo. E isso só se resolverá com a união de esforços dos governos federal e estadual, com suporte das governanças municipais”, finalizou o parlamentar.
A Cartografia da Violência na Amazônia mostra três cidades amazonenses entre as 50 com maiores taxas trienais de mortes violentas e intencionais: Iranduba (sexto lugar) e Rio Preto da Eva (décimo oitavo lugar), ambas na Região Metropolitana de Manaus; e Tabatinga (vigésimo terceiro lugar), na tríplice fronteira. A única capital na lista das 50 é Macapá (AP).