Um estudo recente referente ao cenário do público brasileiro que joga videogame, os chamados gamers, apontou que, pela primeira vez, as mulheres superam os homens. O fenômeno, segundo o que revela a pesquisa, tem sido impulsionado principalmente pelos jogos de lazer disponíveis em smartphones. No entanto, nos consoles, onde a prática profissional é mais comum, surgem relatos de discriminação de gênero enfrentados pelas jogadoras.
Os videogames se firmaram como uma forma de diversão que reúne a família, com uma variedade crescente de modalidades de jogos a cada ano. De acordo com os dados da nona edição da pesquisa Game Brasil, aproximadamente 74% da população brasileira está envolvida com videogames, seja de forma competitiva ou apenas para se distrair. E um dado que se destaca, conforme apontado acima, é de que, atualmente, as mulheres representam 51% do público gamer no país.
O diretor executivo da OEX, Marcelo Sztajn, acredita que o aumento do público feminino no universo dos jogos é uma mudança positiva e significativa. Segundo ele, isso reflete uma maior diversidade e inclusão no mundo dos jogos, desafia estereótipos de gênero e promove uma cultura mais igualitária
‘A presença crescente de mulheres impulsiona a criação de conteúdo mais diversificado e experiências de jogo mais amplas. No entanto, ainda existem desafios, como assédio on-line, que requerem esforços contínuos para criar ambientes seguros e acolhedores para todos os jogadores’, disse, ressaltando que o crescimento do público feminino nos jogos é uma tendência positiva que enriquece a comunidade de jogos e impulsiona a indústria em direção a uma maior inclusão e diversidade.
De acordo com Sztajn, a mudança demográfica pode promover uma cultura de jogos mais inclusiva. ‘Embora desafios como o assédio on-line persistam, a nova demografia dos jogadores reflete uma crescente diversidade na indústria. Isso desafia percepções antigas sobre os jogadores e destaca a necessidade de conteúdo mais inclusivo, ressaltando a importância de uma maior adaptação e inclusão na criação de jogos’, salienta.
Em escala global, os dados do Global Gamer Study 2023, conduzido pela Newzoo, revelam um panorama abrangente sobre o engajamento com videogames. Com entrevistas on-line realizadas entre fevereiro e maio, envolvendo 74.295 participantes de 36 países, o estudo demonstra que quase oito em cada dez pessoas da população online global (79%) estiveram envolvidas com videogames nos últimos seis meses. Esse envolvimento vai além do simples ato de jogar e abrange atividades como assistir, criar e socializar.
Segundo a pesquisa, mais de 50% da população online global se engaja com jogos de diversas maneiras, enquanto 29% praticam o jogo, assistem e se envolvem de outras formas. Além disso, 57% dos jogadores relataram ter gastado dinheiro em videogames nos últimos seis meses.
Segundo o diretor executivo da OEX, as empresas estão agora mais focadas em oferecer produtos com designs elegantes e ergonômicos, permitindo personalização e incluindo funcionalidades específicas para atender às necessidades das jogadoras. Além disso, Sztajn destaca que o marketing e a representação também estão se tornando mais inclusivos para atrair esse segmento de mercado em expansão.
*Do Estadão Conteúdo